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TRAVESTIDA DE SOL

  • Foto do escritor: Desva
    Desva
  • 2 de jul.
  • 1 min de leitura

eu dei uma chance pro Sol

e silêncio.

cru do meu corpo.

na cama, 

depois do almoço.


o parapeito da janela sustentou meu café.

calor e vento.

deitei. 

senti a febre do agora secando a água e o sal

de mim.


meus pelos se movendo —

uma saudação.

a vida se esparramou em mim e eu deitei nela 

como quem descansa no colo da mãe.

meu cansaço, legitimado. 


acolhimento sem dor,

sem fala,

sem direcionamento.

meu peito cresceu —

me senti pássaro. 


foi dia fora de mês.

mês fora de ano. 

memória esquecida —

um apagão.

meu amor é travestido de Sol.

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